sábado, 7 de abril de 2012

ILUMINISMO






Os ideais iluministas 
Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. 
Século das Luzes
A apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve influência em outros movimentos sociais como na independência das colônias inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil. 
Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero. 
Os burgueses foram os principais interessados nesta filosofia, pois, apesar do dinheiro que possuíam, eles não tinham poder em questões políticas devido a sua forma participação limitada. Naquele período, o Antigo Regime ainda vigorava na França, e, nesta forma de governo, o rei detinha todos os poderes. Uma outra forma de impedimento aos burgueses eram as práticas mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões econômicas. 
No Antigo Regime, a sociedade era dividida da seguinte forma: Em primeiro lugar vinha o clero, em segundo a nobreza, em terceiro a burguesia e os trabalhadores da cidade e do campo. Com o fim deste poder, os burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significativamente seus negócios, uma vez que, com o fim do absolutismo, foram tirados não só os privilégios de poucos (clero e nobreza), como também, as práticas mercantilistas que impediam a expansão comercial para a classe burguesa. 
Principais filósofos iluministas 
Os principais filósofos do Iluminismo foram: John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismo; Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa; Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a idéia de um estado democrático que garanta igualdade para todos; Montesquieu   (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário; Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS

DOS ESTADOS UNIDOS
Antes da Independência, os EUA eram formado por treze colônias controladas pela metrópole: a Inglaterra. Dentro do contexto histórico do século XVIII, os ingleses usavam estas colônias para obter lucros e recursos minerais e vegetais não disponíveis na Europa. Era também muito grande a exploração metropolitana, com relação aos impostos e taxas cobrados dos colonos norte-americanos.
Colonização dos Estados Unidos
Para entendermos melhor o processo de independência norte-americano é importante conhecermos um pouco sobre a colonização deste território. Os ingleses começaram a colonizar a região no século XVII. A colônia recebeu dois tipos de colonização com diferenças acentuadas:
• Colônias do Norte : região colonizada por protestantes europeus, principalmente ingleses, que fugiam das perseguições religiosas. Chegaram na América do Norte com o objetivo de transformar a região num próspero lugar para a habitação de suas famílias. Também chamada de Nova Inglaterra, a região sofreu uma colonização de povoamento com as seguintes características : mão-de-obra livre, economia baseada no comércio, pequenas propriedades e produção para o consumo do mercado interno.
• Colônias do Sul : colônias como a Virginia, Carolina do Norte e do Sul e Geórgia sofreram uma colonização de exploração. Eram exploradas pela Inglaterra e tinham que seguir o Pacto Colonial. Eram baseadas no latifúndio, mão-de-obra escrava, produção para a exportação para a metrópole e monocultura.
Guerra dos Sete Anos
Esta guerra ocorreu entre a Inglaterra e a França entre os anos de 1756 e 1763. Foi uma guerra pela posse de territórios na América do Norte e a Inglaterra saiu vencedora. Mesmo assim, a metrópole resolveu cobrar os prejuízos das batalhas dos colonos que habitavam, principalmente, as colônias do norte. Com o aumento das taxas e impostos metropolitanos, os colonos fizeram protestos e manifestações contra a Inglaterra.
Metrópole aumenta taxas e impostos
A Inglaterra resolveu aumentar vários impostos e taxas, além de criar novas leis que tiravam a liberdade dos norte-americanos. Dentre estas leis podemos citar: Lei do Chá (deu o monopólio do comércio de chá para uma companhia comercial inglesa), Lei do Selo ( todo produto que circulava na colônia deveria ter um selo vendido pelos ingleses), Lei do Açúcar (os colonos só podiam comprar açúcar vindo das Antilhas Inglesas).
Estas taxas e impostos geraram muita revolta nas colônias. Um dos acontecimentos de protesto mais conhecidos foi a Festa do Chá de Boston ( The Boston Tea Party ). Vários colonos invadiram, a noite, um navio inglês carregado de chá e, vestidos de índios, jogaram todo carregamento no mar. Este protesto gerou uma forte reação da metrópole, que exigiu dos habitantes os prejuízos, além de colocar soldados ingleses cercando a cidade.
Primeiro Congresso da Filadélfia
Os colonos do norte resolveram promover, no ano de 1774, um congresso para tomarem medidas diante de tudo que estava acontecendo. Este congresso não tinha caráter separatista, pois pretendia apenas retomar a situação anterior. Queriam o fim das medidas restritivas impostas pela metrópole e maior participação na vida política da colônia.
Porém, o rei inglês George III não aceitou as propostas do congresso, muito pelo contrário, adotou mais medidas controladoras e restritivas como, por exemplo, as Leis Intoleráveis. Uma destas leis, conhecida como Lei do Aquartelamento, dizia que todo colono norte-americano era obrigado a fornecer moradia, alimento e transporte para os soldados ingleses. As Leis Intoleráveis geraram muita revolta na colônia, influenciando diretamente no processo de independência.
Segundo Congresso da Filadélfia
Em 1776, os colonos se reuniram no segundo congresso com o objetivo maior de conquistar a independência. Durante o congresso, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. Porém, a Inglaterra não aceitou a independência de suas colônias e declarou guerra. A Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e 1783, foi vencida pelos Estados Unidos com o apoio da França e da Espanha.
Constituição dos Estados Unidos
Em 1787, ficou pronta a Constituição dos Estados Unidos com fortes características iluministas. Garantia a propriedade privada (interesse da burguesia), manteve a escravidão, optou pelo sistema de república federativa e defendia os direitos e garantias individuais do cidadão.

ERA NAPOLEÔNICA


O 18 de Brumário

A situação na França era extremamente grave . A Burguesia, em geral, apavorada com a instabilidade interna e as derrotas sofridas para os países inimigos, esquecia seus ideais de liberdade, pregados alguns anos antes, e pensava em um Governo forte, buscando no exército a força capaz de reorganizar a nação, restaurando a lei e a ordem .

Todos sabiam que a única pessoa que poderia exercer um Governo desse tipo deveria ser um elemento de prestígio popular e ao mesmo tempo forte o suficiente para manter com mão de ferro a estabilidade exigida pela Burguesia .

A essa época, o elemento de maior liderança no exército era um jovem general, Napoleão Bonaparte, celebrizado especialmente depois da vitoriosa campanha da Itália, em 1796.

No dia 10 de Novembro de 1799 ( 18 de Brumário, pelo calendário Revolucionário), Napoleão retorna do Egito, com o apoio do Exército e da Alta Burguesia, dissolve o Diretório e estabelece um novo governo, conhecido como O Consulado . O período Revolucionário chegava ao fim e começa um período de consolidação do Poder da Burguesia .



Desenvolvimento :

Império Napoleônico (1799-1814)

Até 1802 o novo governo francês ( Consulado ) era comandado por 3 magistrados com o título de Cônsules, sendo Napoleão o primeiro e a quem caberiam as decisões, enquanto os outros dois teriam apenas o voto consultivo . De 1802 a 1804, ampliando seu poder, Napoleão estabeleceu o Consulado Uno e em 1804 instituiu o Império .



CONSULADO ( 1802 - 1804 )



Política Interna



A administração Napoleônica foi bastante centralizadora . O país foi divido em departamentos cujos governantes eram nomeados e controlados diretamente pela égide de Paris . No aspecto Político tudo levava a crer que na verdade a Sociedade Francesa estaria diante de uma Autocracia disfarçada .

Como estadista, Napoleão firmou uma lei ratificando a distribuição de terras realizada durante a reforma agrária do período do Terror, ganhando com isso o apoio de 3 milhões de pequenos proprietários que temiam ter de devolver suas terras aos antigos proprietários .

O governo deu grande impulso aos negócios e à indústria ao criar o Banco da França e a Sociedade de Desenvolvimento da Indústria Nacional .

O Sistema Tributário francês foi reformado, com a criação de uma nova moeda : o franco, e o aumento na arrecadação de impostos deu ocupação a milhares de desempregados através de um programa de construção de obras públicas, como alargamento de portos, construções de edifícios públicos, estradas, canais, pontes , drenagem de pântanos, etc.

A Educação recebeu uma atenção especial de Napoleão com o fortalecimento do Ensino Público, a instalação de escolas públicas em cada aldeia ou cidade francesa e a criação de Liceus ( centros de preparação para professores ) .

As mudanças beneficiaram principalmente a Burguesia, cujo poder consolidou-se com as Leis do Código Civil ( ou Napoleônico ), elaborado entre 1804 e 1810 por um corpo de juristas nomeados pelo governo . O Código procurava conciliar a legislação com os princípios da Revolução Francesa de liberdade, propriedade e igualdade perante a lei, ou seja, manteve o fim dos privilégios desfrutados pela Nobreza no Antigo Regime, mas favoreceu os privilégios conquistados pela Burguesia .

Este Código inspirou outros códigos civis em diversas nações, tanto na Europa como na América .

O governo Napoleônico foi fortemente autoritário, ainda que conta-se com amplas camadas da população .

Um dos primeiros atos de Napoleão foi restaurar a união Igreja - Estado, que havia existido antes da Revolução, visto que a religião poderia ser usada como instrumento de domínio político e social . Em 1801 o papa Pio VII e Napoleão assinaram a Concordata, estabelecendo que o governo francês nomearia os bispos e pagaria salários ao Clero .

Napoleão organizou uma polícia secreta que sob o comando de Fouché prendeu arbitrariamente, torturou e assassinou opositores do regime, sendo que a imprensa viveu um de seus piores dias .



Política Externa



No plano externo, Napoleão derrotou os exércitos Austríacos na Batalha de Marengo (1800) . Pouco tempo depois, a Rússia estabeleceu a paz com os franceses e a coligação contra a França acabou por se desfazer . Sentindo-se isolada, a Inglaterra viu-se obrigada a assinar com a França a Paz de Amiens (1802), pela qual renunciava ás suas conquistas coloniais, executando-se Ceilão e Trinidad . Ao fim da Guerra :


A Suíça e Holanda foram submetidas pela França ;


Os franceses anexaram o Piomeonte, Parma e a ilha de Elba ;


A Espanha de Carlos IV de Bourbon aliou-se aos franceses contra os ingleses ;

Em 1803 Napoleão planejava reconstruir seu Império Colonial e adotava medidas de proteção alfandegária que prejudicavam a liberdade Colonial Inglesa . Esta unindo-se à Rússia, à Áustria e a Suécia formando a 3a Coligação a França e a sua aliada Espanha .

Fortalecido pelo êxito de sua política interna e externa, Napoleão iria proclamar-se Imperador dos Franceses .



IMPÉRIO ( 1804 - 1814 )



Em 1804 Bonaparte fez-se coroar Imperador dos Franceses com o título de Napoleão I . O papa presidiu a cerimônia de coroação, mas para deixar claro que o Estado não se submetia à Igreja, Napoleão colocou a coroa em sua própria cabeça .

Com a criação do Império, Bonaparte centralizou todos os poderes do Estado . Com isso pode agradar seus familiares e agregados com títulos, honrarias e altos cargos .

Napoleão I empregou todas as suas forças no sentido de liquidar o poderio inglês e estabelecer um Império Universal . Na verdade, estes objetivos significavam :


De um lado a luta de uma nação Capitalista Burguesa ( a França ) contra uma Europa Continental Absolutista e Aristocrática .


De outro, a luta entre duas nações burguesas ( França e Inglaterra ) pela hegemonia político - econômica pela supremacia colonial .

A 3s Coligação (Áustria, Rússia, Inglaterra, Suécia) atacou a França e sua aliada Espanha . Os ingleses venceram a marinha franco - espanhola na batalha de Trafalgar ( 1805) , acabando com as esperanças napoleônicas de invadir as ilhas britânicas . Em terra os franceses foram superiores derrotando os austríacos nas Batalhas de Ulm e os autro - russos em Austerlitz .

Essas vitórias provocaram o fim da terceira coligação e a ruína da Áustria, que cedeu à França a Venécia, a Ístria e a Dalmácia .

Em 1806 Bonaparte recebeu o apoio de dezesseis príncipes alemães, criando assim a Confederação do Reno, que liqüidou o Sacro Império Romano - Germânico .

Na Itália criou dois reinos, o da Itália e o de Napóles .

Em 1806, Inglaterra, Prússia, Rússia e Suécia formaram a 4a Coligação Anti - Francesa . A Prússia foi derrotada na Batlha de Iena (1806) e Berlim foi ocupada . Pela Paz de Tilsit a Prússia foi desmembrada .

Em 1807 os Russos foram derrotados, sendo estabelecida uma aliança Franco - Russo em prejuízo da Prússia e da Inglaterra :


O leste europeu ficou sob o domínio russo e o oeste sob o controle francês ;


Foram criados o Reino da Westfália, cedido para Jerônimo (irmão de Bonaparte), e o Grão - Ducado de Varsóvia ( antiga Polônia ) , que ficou sob o comando do rei da Saxônia .


A Rússia uniu-se ao Bloqueio Continental decretado por Napoleão em 1806 contra a Inglaterra



O Bloqueio Continental



O ponto fraco do imperialismo francês - a marinha - tornou-se evidente após a derrota naval para a Inglaterra em Trafalgar . Napoleão, pretendendo enfraquecer economicamente os ingleses, decretou em 1806 o Bloqueio Continental .

Com essa medida era proibido que qualquer país comercializa-se com os ingleses. Isto só foi possível porque Napoleão dominava grande parte do leste europeu, além de contar com o apoio russo .

A Inglaterra respondeu proclamando o bloqueio marítimo da Europa : os contatos com o mundo colonial cessaram . A Inglaterra tomou as seguintes medidas :


Procurou novos mercados nas colônias ;


Intensificou o contrabando com as Colônias Ibéricas na América do Sul, visando compensar a perda dos mercados europeus ;

Somente Portugal e o Papado constituía uma brecha na Bloqueio Continental . Depois de muita indefinição, Portugal não aderiu ao Bloqueio provocando sua invasão (1807) pelas tropas do general francês Junot . A invasão de Portugal obrigou D. João VI a fugir para o Brasil com o apoio inglês .

Em 1808, tropas francesas tomaram Roma e prenderam o Papa .

Depois que perdeu sua frota em Trafalgar, o povo espanhol gerou um movimento Anti - Francês . Com pretexto de enviar reforços para Portugal, Napoleão invadiu a Espanha, derrubou a dinastia dos Bourbon e colocou seu irmão José Bonaparte, rei da Sicília, no poder. Na Espanha formou-se guerrilhas, que com apoio inglês, combatia os invasores franceses. Na América Espanhola incentiva-se os movimentos de Independência .

Uma 5a coligação estava sendo formada entre Aústria e Inglaterra obrigou Napoleão a deixar a Espanha . Bonaparte derrotou os austríacos na Batalha de Wagram (1809) e implantou neste território recém conquistado medidas contra o Absolutismo . Neste mesmo ano, Bonaparte é excomungado pelo Papa Pio VII .

Mas o imenso império conquistado por Napoleão tinha dois pontos frágeis : A Espanha e a Rússia .

A França que tinha prosperado com o bloqueio continental, em 1810, começa a entrar em crise . A maioria dos países aliados aos franceses tinha sua economia de base agrária e a indústria francesa não conseguia atender esses mercados .

Como é o caso da Rússia, que com uma economia em crise, necessitava trocar seu excesso de cereais com os produtos manufaturados ingleses, quebrando assim a aliança com a França e abrindo seus portos a Inglaterra . Em represaria Napoleão durante 1 ano reuniu um Exército com mais de 600 mil homens de várias nacionalidades e invadiu a Rússia em 1812, iniciando a sua mais trágica campanha . Vencidos os russos abandonaram a capital Moscou depois de destruir os campos cultivados e de incendiar a cidade . Sem abrigo ou provisões o exército francês, enfrentando o rigoroso inverno, é obrigado a deixar a Rússia sobre o intenso fogo do exército russo, perdendo cerca de 95% de seu exército .

Aproveitando-se da fraqueza de Napoleão, Áustria, Prússia, Rússia, Inglaterra, Suécia formam a 6a Coligação e declaram guerra a França . Napoleão derrotou os exércitos da Rússia e da Prússia, enquanto os exércitos franceses estavam sendo derrotados na península Ibérica por forças espanholas e inglesas .

Após a Batalha de Leipzig, a Batalha das Nações, em 1813, os exércitos de Napoleão abandonaram os principados alemães . A rebelião contra o império se estendeu à Itália, Bélgica e Holanda .

Em 1814, um grande exército da Sexta coligação invade a França e tomam Paris . Napoleão abdica em favor de seu filho Napoleão II, porém os aliados não aceitam . Napoleão é exilado para a Ilha de Elba ( próxima de Córsega ) com 800 homens . A monarquia é restaurada com Luís XVIII, irmão de Luís XVI, que tinha sido guilhotinada durante a Revolução Francesa .



O Governo dos Cem Dias

Tendo em vista os rumos tomados pelo Congresso de Viena (1814), Napoleão em 1815 abandona seu exílio na Ilha de Elba voltando para Paris . O rei enviou uma guarnição de soldados para prendê-lo, mas estes aderiram a Napoleão .

Luís XVIII fugiu para a Bélgica . O governo de Napoleão durou apenas 100 dias .

Contra Napoleão foi formada a 7a Coligação ( Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia) . Napoleão foi derrotado definitivamente na Batalha de Waterloo (1815) . Preso, Napoleão foi mantido prisioneiro na Ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, onde morreu em 1821 . Luís XVIII novamente assumiu o trono .



Resumo dos Principais feitos Napoleônicos



Consulado (1799-1804)

Reequilibro das finanças através do Banco Francês ;
Criação do Código Napoleônico ( aspiração da classe burguesa )
Assinatura da uma concordata com a Igreja
Seguidas vitórias contra as coligações Anti - Francesas
Enorme popularidade de Napoleão, que em 1804, através de um plebiscito se faz coroar Imperador dos Franceses


Império (1804 -1814/15)

Vitórias Francesas ;
Formação de um Enorme Império ;
Organização do Bloqueio Continental (1806), com objetivo de arruinar economicamente a Inglaterra e favorecer as manufaturas Francesas ;
Expansão das idéias revolucionárias nos Países Absolutistas ;
Invasão da Rússia (1812) marca o início da derrota Napoleônica ;
Outubro de 1813 - Derrota Napoleônica na Batalha de Leipzig ( "Batalha da Nações" )
Invasão da França e abdicação de Napoleão Bonaparte em Fontainebleu ( 20 de abril de 1814 ), que é exilado para a ilha de Elba
Junho de 1815 - Napoleão volta e assume o governo "Dos 100 Dias", porém é derrotado definitivamente na Batalha de Waterloo e mandado para a Prisão em Santa Helena .


Congresso de Viena



Em Novembro de 1814, os países da 6a Coligação reuniram-se no Congresso de Viena para redesenhar o mapa da Europa Pós - Napoleônica . Dois princípios básicos orientaram as resoluções do Congresso :


A restauração das dinastias destituídas pela Revolução e consideradas "legítimas" ;


A restauração do equílibrio entre as grandes potências, evitando a hegemonia de qualquer uma delas ;

A divisão territorial não satisfez a nenhuma das potências participantes, porém foi restabelecido o equilíbrio entre essas . Veja-os :


O Tratado de Paris obrigou a França a pagar 700 milhões de indenizações as nações anteriormente por ela ocupadas . Seu território passou a ser controlado por exércitos aliados e sua marinha de guerra foi desativada . Suas fronteiras permaneceram as mesmas de 1789 . Luís XVIII, irmão de Luís XVI foi reconhecido como novo Rei ;


A Rússia anexou parte da Polônia, Finlândia e a Bessarábia ;


A Áustria anexou a região dos Bálcãs ;


A Inglaterra ficou com a estratégica Ilha de Malta, o Ceilão e a Colônia do Cabo, o que lhe garantiu o controle das rotas marítimas ;


A Turquia manteve o controle dos povos cristãos do Sudeste da Europa ;


A Suécia e a Noruega uniram-se ;


A Prússia ficou com parte da Saxônia, da Westfália, da Polônia e com as províncias do Reno ;


A Bélgica, industrializada, foi obrigada a unir-se com à Holanda formando o Reino dos Países Baíxos ;


Os Principados Alemães formaram a Confederação Alemão com 38 Estados , A Prússia e a Áustria participavam dessa Confederação ;


A Espanha e Portugal não foram recompensados com ganhos territoriais, mas tiveram restauradas as suas antigas dinastias . O Brasil foi elevado a Reino Unido a Portugal e Algarves .



Santa Aliança



Para garantir, em termos práticos, a aplicação das medidas conservadoras do Congresso de Viena, o Czar da Rússia propôs a criação da Santa Aliança . Esta servia de ajuda mútua das monarquias européias em nome "da religião, da paz e da justiça" . Seu objetivo era estabelecer o direito de intervenção em qualquer região européia em que se inicia-se um movimento liberal ou uma revolução burguesa . Porém após a independência das Colônias Latino - Americanas, a Santa Aliança se enfraquece e a Inglaterra por motivos econômicos se retira da Santa Aliança .

domingo, 1 de abril de 2012

Os africanos antes da chegada dos Europeus

Falar da história do continente africano é, em parte, fácil. Ainda mais levando em conta que o continente abrigou na Antiguidade uma das maiores civilizações da época: a egípcia. Mas e o restante do continente? A impressão que ficava quando nós estudávamos é que só o Egito desenvolveu uma civilização digna de nota. Mas a Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, tornou obrigatório o ensino de História da África e da cultura afro-brasileira nas escolas.
Desde então muitos educadores tiveram que entrar em contato com a História da África sub-saariana, aquela parte do continente africano que fica logo abaixo do deserto do Saara, e que também teve um desenvolvimento considerável até a chegada dos europeus, nos séculos XV e XVI. Muitos professores não estavam preparados para levar o assunto à sala de aula.
O mais engraçado de tudo é que parte desta cultura africana e desta história está no Brasil. Faz parte do nosso país e ajudou a formar uma parcela considerável de nossa sociedade. Pois desta região do continente africano saíram milhões de escravos que trabalharam nas lavouras do nosso lado do oceano, e seus descendentes ajudaram a construir o Brasil como nós conhecemos.
E é sobre estes povos que nós vamos falar um pouco neste texto.

Mais que apenas o “berço do homem”:

Densas florestas, savanas ricas em vida animal, litoral farto, grandes montanhas e lagos ao leste. Os primeiros homens que não deixaram o continente africano para outros lugares do mundo viveram milênios isolados pelo mar, pelo deserto e desenvolveram sociedades tão avançadas quanto a sociedade egípcia.
Mas “isolados” é um modo de dizer, já que entre todos os povos africanos existia um farto e dinâmico comércio. Ouro extraído da região de Gana chegava aos egípcios através da Núbia. Peles de animais exóticos eram vendidas na Ásia Menor. Os bérberes do Saara comercializavam marfim retirado das savanas com os árabes e europeus nas costas do Mediterrâneo. O ferro, introduzido no Egito pelos assírios em aproximadamente 500 a.C. era fundido no interior do continente em 100 d.C. com um processo que os europeus só iriam utilizar no início da Idade Moderna.
O isolamento destes povos africanos era social. Por não sofrerem interferência direta de nenhum povo asiático ou europeu, com o tempo as tribos chegaram a níveis de organização que causaram espanto nos primeiros europeus que mergulharam no interior da África.

Organização política e social:



Guerreiros Daom
Reinos como Songhay, Kerma, Napata, Ashanti, Abomey, Oyo e Mossi tinham um Estado altamente organizado, com instituições complexas como um conselho de anciãos, que definia e controlava o poder exercido pelo governante da tribo – semelhante ao senado romano – e um sistema administrativo e burocrático que era muito parecido com o sistema de outras partes do mundo.
Muitos dos reinos eram cidades-estados que tinham sua área de influência, chegando a controlar diversas outras tribos. Mas as disputas dificilmente chegavam às vias de fato, à guerra, pois os líderes africanos com o passar dos séculos desenvolveram um sistema exogâmico – quando não há casamento entre parentes próximos -, o que acabava tornando os líderes das diversas tribos parentes uns dos outros.
Quando havia uma disputa, ela era resolvida pela força organizada – apenas como agente punitivo, não como motivo para expansão territorial – ou pelo diálogo, e neste caso a resolução ficava nas mãos de um conselho de sábios formados por membros das tribos envolvidas. Mas por que este costume? Na verdade, os líderes não desejavam combater os parentes, apenas resolver o problema da melhor maneira possível, sem mortes.
Ainda sobre a organização social e o sistema exogâmico, o historiador Michael Hamenoo diz:
As estruturas políticas africanas indígenas, organizadas da base para cima, giram em torno das instituições sagradas da família, de onde ramificam para o clã, a linhagem e o grupo de descendência. Através das convenções de exogamia, testadas durante milênios, os casamentos são contratados fora da linhagem, o que significa dizer que um grupo de descendência, casando, vai pertencer a outro grupo mais distante, assim ligando os grupos vizinhos numa série de alianças com uma consciência comum de identidade cultural. Esses grupos se unem para autodefender-se, quando ameaçados por um grupo estrangeiro inimigo. A autoridade, tanto temporal como espiritual, às vezes diferenciada, pertence ao homem genealogicamente precedente dentro do clã.
Quando alguém erroneamente defende os europeus do processo escravista ocorrido entre os séculos XV e XVIII dizendo que “os africanos escravizavam os inimigos, que eram os próprios africanos de outras tribos!”, ele está cometendo dois erros: o primeiro é defender ou tentar justificar a escravidão, e o segundo é desconhecer a escravidão que ocorria dentro do continente africano entre as tribos que porventura guerreavam.
Ela existiu entre as tribos africanas? Sim, não podemos negar. Mas era uma escravidão bem diferente da praticada no Brasil. Os negros capturados e levados para a tribo vencedora tinham que trabalhar e lutar pela tribo, mas também tinham direitos, podendo até casar-se com um membro da tribo vencedora. Não havia a agressão gratuita observada do outro lado do oceano, muito menos a falta dos direitos sociais pertencentes aos outros membros da tribo.

A religião africana:

IansãOs africanos tinham uma noção de deus único, maior, criador, distante do homem, assim como no cristianismo ou no islamismo. Os desígnios de deus estavam fora de seu controle e de sua compreenção, e em cada grupo étnico o deus-maior recebia um nome diferente: para os Yoruba, por exemplo, era Olorum. Os Ewe chamavam-no de Mawu. Os Ashanti, de Onyankopoa [2]. Os africanos cultuavam as forças da natureza e davam a elas personalidades humanas.
Na imagem ao lado, a deusa Iansã, responsável pelos ventos e raios . Assim como Iansã, outros deuses faziam parte da religião africana. Cada culto, em cada região ou grupo étnico tinha sua peculiaridade, mas de um modo geral podemos dizer que a religião dos povos sub-saarianos era bem parecida com a dos povos antigos, adoradores da natureza e de seus fenômenos naturais.
Para que o texto não fique tão grande, prometo que volto ao assunto em outra oportunidade. Na verdade, há muito que ser contado sobre a História da África, e não dá para colocar isso tudo em um só texto.
O Império Mali

O Império do Mali foi um Estado que existiu na África Ocidental no período de 1230 e 1600 aproximadamente. Também pode ser considerado uma etapa da História do atual Mali, embora as fronteiras do extinto Império do Mali compreendessem regiões onde hoje se encontram outros países da África. O Império do Mali foi descrito pelos viajantes árabes como um Estado rico e suntuoso durante o seu apogeu, e certamente foi um importante centro comercial da África Moderna. Os Mansas do Mali ampliaram seu domínio sobre outros reinos da África, constituindo amplas redes de poder.

Origens
Originários da região do Rio Senegal e do Alto Níger, os grupos malinqués (malinqué significa "homem do Mali") vivendo nas cidades antigas de Kiri e Dakadyala eram liderados por chefes mágico-caçadores chamados de "simbon" (que significa mestre-caçador). O "simbon" era apenas um primus inter pares, ou seja, um primeiro entre iguais, e não detinha autoridade real sobre os outros membros da sociedade, mas o grande conselho (ghara) constituía um proto-Estado, que decidia sobre a guerra e os impostos. A sociedade era dividida em grandes unidades familiares, que viviam em campos comunitários chamados de Foroba. As famílias pagavam impostos para o Estado por meio de trabalhos nas terras do simbon. Durante o século XI esses povos sofreram a interferência cada vez maior do principado do Sosso, cujo príncipe havia tomado o título de mansa (Imperador) nessa época. Também no século XI, contudo, os líderes do Mali se converteram ao islamismo e iniciaram um processo de centralização política acentuado.[1]

Os Primeiros Anos da Monarquia

Reis do antigo Mali são citados pelas crônicas árabes, como por exemplo o rei Hamana, o rei Djigui Bilali (1175-1200) e o rei Mussa Keita. Esses reis teriam demonstrado interesse renovado pela fé muçulmana, como Mussa Keita, que teria feito a peregrinação várias vezes. O rei Naré Famaghan (1218-1230) ampliou os domínios do reino malinqué, obtendo a submissão dos povos somonos. Sua esposa, Sogolon Konté (conhecida como Kediugu, "a feia") foi mãe de Sundjata Keita (posteriormente Mari Djata, "o leão do Mali"), um príncipe que não conseguia andar. De acordo com a tradição oral, Sumaoro, o rei do Sosso, teria derrotado militarmente o Mali pela época do reino de Naré Famaghan e de seu filho, Dankaran Tuma, e teria mandado matar muitos malinqués. Sundjata, contudo, sobreviveu. Resolvido a combater o domínio de Sosso, Sundjata pediu uma barra de ferro para se apoiar, mas ela se curvara sob seu peso, de forma que lhe foi dado o cetro do pai, sobre o qual Sundjata conseguiu se colocar de pé. Esse fenômeno indicou, de acordo com a tradição oral, o papel essencial que teria Sundjata na libertação dos malinqués. Reza a lenda que sua mãe compôs uma canção nesse dia, cujas palavras ressoam no hino nacional do Mali. Em razão de conflitos palacianos, Sundjata se refugiou fora do país, mas retornou com um exército seu para salvar seu povo quando Sumaoro retomou os ataques. Quatro anos após a morte de seu pai, Sundjata reuniu sob sua liderança um amplo grupo de homens de diferentes etnias insastifeitos com o domínio do Sosso e combateu Sumaoro na Batalha de Kirina (na margem oriental do Níger). Sumáoro foi morto, e o Mali se apoderou dos antigos domínios desse Império (Baghana, Uagadu, Bakunu, Kumbi).

 O Império


Mansa Musa
Foi no ano de 1240, em Kuru-Kan-Fugha que se decidiu que Sundjata Keita, rei do Mali, seria o novo Mansa. A corte imperial se estabeleceu em diversas cidades (Djeliba, Kangaba) até se fixar em Niani. Nos anos subsequentes o Mali se expandiu sobre regiões do Sudão, do Baixo Senegal e do rio gâmbia Baxio Gâmbia. Sundjata Keita morreu em 1255 num acidente.

 Sociedade

A sociedade foi dividida em trinta grandes clãs, alguns de artesãos, outros de guerreiros, outros de homens livres ("ton dyon"), etc. Existia escravidão e servidão no antigo Mali. Os casamentos eram regulados por casta , e os casamentos entre membros de castas diferentes eram proibidos. A guerra era conduzida após a reunião de camponeses-guerreiros, estes organizados em "kelé-bolon" (contingentes) controlados por um "kelé-tigui" (general-chefe). O Mali era um império agrícola. Os malinqués dominavam a cultura do algodão e do amendoim, introduzidas no país por Sundiata.

Apogeu


Mesquita de Djinger-ber, em Timbuktu, construída pelo Mansa Musa
Após Sundjata Keita, governou seu filho Mansa Ulé (1255-1270). Mansa Ulé entregou o controle das províncias imperiais a diferentes generais, proporcionando a descentralização do reino. Um escravo do mansa Abubakar I (1270 e 1285), Sakura, foi entronizado como imperador e aumentou os domínios do Mali, fazendo com que mais reis se tornassem vassalos do imperador. Sakura foi assassinado após retornar de uma peregrinação. Abubakar II, o mansa que assumiu o governo em 1303, ficou célebre por conta de sua tentativa sem sucesso de se expandir para o oeste enviando navios navegarem pelo oceano atlântico, na direção da América do Sul. O Mansa Musa, mansa de 1312 a 1332, foi um outro célebre rei malinqué que organizou uma grandiosa peregrinação com cerca de 60 mil servidores e cem camelos carregados de ouro, impressionando os líderes árabes da época. Este mansa foi responsável pela construção em Timbuktu da mesquita de Djinger-ber, pela expansão e afirmação do Islã no império e por estabilizar as relações diplomáticas do Mali com os reinos vizinhos. Seu reinado é considerado a Era Dourada da História do Mali.Durante o reino de Maghan (1332-1336) Timbuktu foi saqueada por povos estrangeiros. Mansa Suleiman (1341-1360) recuperou a economia do Império e tentou restaurar a sua influência sobre a periferia do Império e conseguiu fazer reconhecer sua soberania sobre os Tuaregues. Os reinados de Mari Djata (1360-1374) e Mussa II (1374-1387) marcaram o início do período de decadência do Império.[2]

Decadência

A queda do Império do Mali está relacionada às lutas intestinas pela posse do trono, o crescimento do Império de Gao e os levantes dos reinos vassalos. Os Peules iniciaram um movimento de resistência liderados por Djadjé no começo do século XV, ao mesmo tempo em que povos do Tekrur se associaram aos estados volofos, e as províncias do leste eram anexados por Gao. Em 1490 o Gao já havia conquistado o Futa, o Toro, o Bundu e o Dyara. Nessa época, o Imperador do Mali tentou formar uma aliança com o rei João II de Portugal, mas as missões diplomáticas não chegaram à Europa. A investida das dinastias Askias de Gao fez com que o Mali se dissolvesse de vez, quando a capital do Mali foi ocupada em 1545. Em 1599 o domínio do Gao foi substituído pelo controle marroquino, e o Mansa Mahmud organizou uma nova resistência se aproveitando da situação, mas seus homens foram derrotados pelas armas de fogo dos marroquinos.

 Religião

A religião oficial do Império do Mali era o islamismo. Acredita-se que o islã do Mali tenha carregado algumas características das religiões animistas do Mali antigo: os dyeli (sacerdotes) praticavam ritos com os rostos cobertos por máscaras animistas, a população comia carnes consideradas impuras pelo islão, etc. Os principais agentes da divulgação do Alcorão no Mali eram os comerciantes sarakholés e diúlas. A religião predominante era o islamismo, que está ligada ao estudo, não só do Corão, mas ao ensino em geral. Embora seja importante fazer um parêntese, para notar que havia na religião várias influências especialmente pagãs. As crianças aprendiam o Corão, mas ainda havia muito de feitiçaria nas crenças populares.
Mansa Mussa foi o rei que incentivou a cultura, o ensino e a expansão do Islã.
Na sua famosa peregrinação a Meca, ele trouxe para o Mali, mercadores e sábios e divulgou a religião islâmica.
O imperador também trouxe consigo um poeta-arquiteto, Abu Issak, mais conhecido como Essaheli, ou Ibrahim Abû Ishaq Essaheli. Foi ele quem planejou a grande mesquita de Djingareiber. Uma jóia da arquitetura que começou a ser construída em 1325 e foi terminada por Kandu Mussa.
Esse rei também enviou estudiosos para o Marrocos, para estudar na universidade de Fez. Esses sábios voltaram ao Mali e lá fundaram seus centros de ensino e estudo corânico.
Timbuktu se tornou um centro de difusão de conhecimento para comerciantes e para estudiosos.

Política


comércio árabe em Timbuktu
A estrutura política do império foi estabelecida pela Carta de Kurukan Fuga.
O Mansa vestia-se com artefatos de ouro e usava uma túnica vermelha (mothanfas). O trono do imperador era o pempi, uma poltrona feita de ébano. O mansa detém como funções ministrar a justiça no reino, e comandar a guerra. O Império era governado de duas formas: no centro, o controle direto do rei, na periferia, eram estabelecidos reinos protetorados. O reino central era subdividido em províncias com um governador (dyamani tigui). As menores unidades de uma província eram os kafo e os dugu. Os reis da periferia reconheciam a soberania do imperador, mas não perdiam seu estatuto de reis. Estes normalmente pagavam impostos ao imperador.
A religião predominante era o islamismo, que está ligada ao estudo, não só do Corão, mas ao ensino em geral. Embora seja importante fazer um parêntese, para notar que havia na religião várias influências especialmente pagãs. As crianças aprendiam o Corão, mas ainda havia muito de feitiçaria nas crenças populares.
Mansa Mussa foi o rei que incentivou a cultura, o ensino e a expansão do Islã.
Na sua famosa peregrinação a Meca, ele trouxe para o Mali, mercadores e sábios e divulgou a religião islâmica.
O imperador também trouxe consigo um poeta-arquiteto, Abu Issak, mais conhecido como Essaheli, ou Ibrahim Abû Ishaq Essaheli. Foi ele quem planejou a grande mesquita de Djingareiber. Uma jóia da arquitetura que começou a ser construída em 1325 e foi terminada por Kandu Mussa.
Esse rei também enviou estudiosos para o Marrocos, para estudar na universidade de Fez. Esses sábios voltaram ao Mali e lá fundaram seus centros de ensino e estudo corânico.
Timbuktu se tornou um centro de difusão de conhecimento para comerciantes e para estudiosos.
O Reino do Congo
O Reino do Congo ou Império do Congo foi um reino africano localizado no sudoeste da África no território que hoje corresponde ao noroeste de Angola, a Cabinda, à República do Congo, à parte ocidental da República Democrática do Congo e à parte centro-sul do Gabão.


O Reino do Congo teve importante participação
no desenvolvimento do tráfico de escravos.

Durante seu processo de expansão marítimo-comercial, os portugueses abriram contato com as várias culturas que já se mostravam consolidadas pelo litoral e outras partes do interior do continente africano. Em 1483, momento em que o navegador lusitano Diogo Cão alcançou a foz do rio Zaire, foi encontrado um governo monárquico fortemente estruturado conhecido como Congo.





Fundado por Ntinu Wene, no século XIII, esse Estado centralizado dominava a parcela centro-ocidental da África. Na sua máxima dimensão, estendia-se desde o oceano Atlântico, a oeste, até ao rio Congo, a leste, e do rio Oguwé, no actual Gabão, a norte, até ao rio Cuanza, a sul.


O império era governado por um monarca, o manicongo, consistia de nove províncias e três reinos (Ngoy, Kakongo e Loango), mas a sua área de influência estendia-se também aos estados limítrofes, tais como Ndongo, Matamba, Kassanje e Kissama.


Nessa região se encontrava vários grupos da etnia banto, principalmente os bakongo, ocupavam os territórios. Apesar da feição centralizada, o reino do Congo contava com a presença de administradores locais provenientes de antigas famílias ou escolhidos pela própria autoridade monárquica.


Apesar da existência destas subdivisões na configuração política do Congo, o rei, conhecido como manicongo, tinha o direito de receber o tributo proveniente de cada uma das províncias dominadas. A capital era M'Banza Kongo (cidade do Congo), rebatizada São Salvador do Congo após os primeiros contactos com os portugueses e a conversão do manicongo ao catolicismo no século XVI, onde aconteciam as mais importantes decisões políticas de todo o reinado. Foi nesse mesmo local onde os portugueses entraram em contato com essa diversificada civilização africana.


A principal atividade econômica dos congoleses envolvia a prática de um desenvolvido comércio onde predominava a compra e venda de sal, metais, tecidos e produtos de origem animal. A prática comercial poderia ser feita através do escambo (trocas) ou com a adoção do nzimbu, uma espécie de concha somente encontrada na região de Luanda.





O contato dos portugueses com as autoridades políticas deste reino teve grande importância na articulação do tráfico de escravos. Uma expressiva parte dos escravos que trabalharam na exploração aurífera do século XVII, principalmente em Minas Gerais, era proveniente da região do Congo e de Angola. O intercâmbio cultural com os europeus acabou trazendo novas práticas que fortaleceram a autoridade monárquica no Congo.


.:: Mundo Educação / Wikipédia

Reino do Congo.


Contato entre Bakongos e Portugueses.

[1] NASCIMENTO, Elisa (org.): Sankofa: resgate da cultura afro-brasileira. volume 1. Rio de Janeiro, 1994, p. 83 e 84.
[2] Idem, p. 84.

Revolução Industrial

A Revolução Industrial começou na Inglaterra, em meados do século XVIII.
Caracteriza-se pela passagem da manufatura à indústria mecânica. A introdução de máquinas fabris multiplica o rendimento do trabalho e aumenta a produção global. Ela também foi um processo histórico de radical transformação econômica e social.
A invenção de máquinas e mecanismos como a lançadeira móvel, a produção de ferro com carvão de coque, a máquina a vapor, a fiandeira mecânica e o tear mecânico causam uma revolução produtiva. As fábricas passam a produzir em série e surge a indústria pesada (aço e máquinas). A invenção dos navios e locomotivas a vapor acelera a circulação das mercadorias.
O novo sistema industrial transforma as relações sociais e cria duas novas classes sociais: os empresários (capitalistas) que são os proprietários dos capitais, prédios, máquinas, matérias-primas e bens produzidos pelo trabalho e os operários, proletários ou trabalhadores assalariados, que possuem apenas sua força de trabalho e a vendem aos empresários para produzir mercadorias em troca de salários.
No início da revolução os empresários impõem duras condições de trabalho aos operários sem aumentar os salários para assim aumentar a produção e garantir uma margem de lucro crescente. A disciplina é rigorosa mas as condições de trabalho nem sempre oferecem segurança. Em algumas fábricas a jornada ultrapassa 15 horas, os descansos e férias não são cumpridos e mulheres e crianças não têm tratamento diferenciado.
Surgem Movimentos operários por causa dos conflitos entre operários, revoltados com as péssimas condições de trabalho, e empresários. As primeiras manifestações são de depredação de máquinas e instalações fabris. Com o tempo surgem organizações de trabalhadores da mesma área.
Os trabalhadores conquistam aos poucos o direito de associação e em 1824, na Inglaterra, são criados os primeiros centros de ajuda mútua e de formação profissional. Em 1833 os trabalhadores ingleses organizam os sindicatos (trade unions) como associações para obter melhores condições de trabalho e de vida.
Os sindicatos conquistam o direito de funcionamento em 1864 na França, em 1866 nos Estados Unidos, e em 1869 na Alemanha.
As principais conseqüências do processo de industrialização são a divisão do trabalho, a produção em série e a urbanização. Para maximizar o desempenho dos operários as fábricas subdividem a produção em várias operações e cada trabalhador executa uma única parte, sempre da mesma maneira (linha de montagem).
Enquanto na manufatura o trabalhador produzia uma unidade completa e conhecia assim todo o processo, agora passa a fazer apenas parte dela, limitando seu domínio técnico sobre o próprio trabalho.
Fonte: www.escolavesper.com.br
Revolução Industrial
Usamos essa expressão para nos referirmos a todas as mudanças no trabalho industrial, que se deram a partir dos meados do século XVIII. A mais importante dessas alterações, ocorridas em primeiro lugar na Grã-Bretanha, foi à invenção de máquinas que produziam muito mais que o trabalho manual. As primeiras foram as máquinas de fiação e tecelagem. Homens, mulheres e até mesmo crianças trabalhavam nas novas fábricas, onde grande parte das máquinas funcionava, a princípio, pela força hidráulica, passando depois a ser movida a vapor. Newcomen inventou uma máquina a vapor, mais tarde aperfeiçoada por James Watt.
Surgiram então, no séc. XIX, as estradas de ferro, que facilitaram muito o transporte dos produtos manufaturados, tomando-os mais baratos. A invenção dos alto-fornos desenvolveu muito as indústrias de ferro e aço.
A população das cidades aumentou demais: um número cada vez maior de pessoas deixava o campo para trabalhar nas fábricas. O povo sofreu bastante com os vários problemas ligados a salários e condições de trabalho, tendo a Grã-Bretanha que importar cada vez mais gêneros alimentícios para suprir sua população sempre crescente.

As cidades e as fábricas

Antes da invenção da máquina a vapor, as fábricas situavam-se em zonas rurais próximas às margens dos rios, dos quais aproveitavam a energia hidráulica. Ao lado delas, surgiam oficinas, casas, hospedarias, capela, açude, etc. a mão-de-obra podia ser recrutada nas casas de correção e nos asilos. Para fixarem-se, os operários obtinham longos contratos de trabalho e moradia.
Com o vapor, as fábricas passaram a localizar-se nos arredores das cidades, onde contratavam trabalhadores. Elas surgiam "tenebrosas e satânicas", em grandes edifícios lembrando quartéis, com chaminés, apitos e grande número de operários. O ambiente interno era inadequado e insalubre.
Até o século XVIII, cidade grande na Inglaterra era uma localidade com cerca de 5 000 habitantes. Em decorrência da industrialização, a população urbana cresceu e as cidades modificaram-se. Os operários, com seus parcos salários, amontoavam-se em quartos e porões desconfortáveis, em subúrbios sem condições sanitárias.

Os Grandes Avanços Tecnológicos

Na primeira metade do século os sistemas de transporte e de comunicação desencadearam as primeiras inovações com os primeiros barcos à vapor (Robert Fulton/1807) e locomotiva (Stephenson/1814), revestimentos de pedras nas estradas McAdam (1819), telégrafos (Morse/1836). As primeiras iniciativas no campo da eletricidade como a descoberta da lei da corrente elétrica (Ohm/1827) e do eletromagnetismo (Faraday/1831). Dá para imaginar a quantidade de mudanças que estes setores promoveram ou mesmo promoveriam num futuro próximo. As distâncias entre as pessoas, entre os países, entre os mercados se encurtariam. Os contatos mais regulares e freqüentes permitiriam uma maior aproximação de mundos tão distintos como o europeu e o asiático.
No setor têxtil a concorrência entre ingleses e franceses permitiu o aperfeiçoamento de teares (Jacquard e Heilmann). O aço tornou-se uma das mais valorizadas matérias-primas.
Em 1856 os fornos de Siemens-Martin, o processo Bessemer de transformação de ferro em aço. A indústria bélica sofreu significativo avanço (como os Krupp na Alemanha) acompanhando a própria tecnologia metalúrgica.
A explosão tecnológica conheceu um ritmo ainda mais frenético com a energia elétrica e os motores a combustão interna. A energia elétrica aplicada aos motores, a partir do desenvolvimento do dínamo, deu um novo impulso industrial. Movimentar máquinas, iluminar ruas e residências, impulsionar bondes. Os meios de transporte se sofisticam com navios mais velozes. Hidrelétricas aumentavam, o telefone dava novos contornos à comunicação (Bell/1876), o rádio (Curie e Sklodowska/1898), o telégrafo sem fio (Marconi/1895), o primeiro cinematógrafo (irmãos Lumière/1894) eram sinais evidentes da nova era industrial consolidada.
E, não podemos deixar de lado, a invenção do automóvel movido à gasolina (Daimler e Benz/1885) que geraria tantas mudanças no modo de vida das grandes cidades. O motor à diesel (Diesel/1897) e os dirigíveis aéreos revolucionavam os limites da imaginação criativa e a tecnologia avançava a passos largos.
A indústria química também tornou-se um importante setor de ponta no campo fabril.
A obtenção de matérias primas sintéticas a partir dos subprodutos do carvão - nitrogênio e fosfatos. Corantes, fertilizantes, plásticos, explosivos, etc.
Entrava-se no século XX com a visão de universo totalmente transformada pelas possibilidades que se apresentavam pelo avanço tecnológico.

Etapas da industrialização

Podem-se distinguir três períodos no processo de industrialização em escala mundial:
1760 a 1850 – A Revolução se restringe à Inglaterra, a "oficina do mundo".
Preponderam a produção de bens de consumo, especialmente têxteis, e a energia a vapor.
1850 a 1900 – A Revolução espalha-se por Europa, América e Ásia: Bélgica, França, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão, Rússia. Cresce a concorrência, a indústria de bens de produção se desenvolve, as ferrovias se expandem; surgem novas formas de energia, como a hidrelétrica e a derivada do petróleo. O transporte também se revoluciona, com a invenção da locomotiva e do barco a vapor.
1900 até hoje – Surgem conglomerados industriais e multinacionais. A produção se automatiza; surge a produção em série; e explode a sociedade de consumo de massas, com a expansão dos meios de comunicação. Avançam a indústria química e eletrônica, a engenharia genética, a robótica.

Artesanato, manufatura e maquinofatura

O artesanato, primeira forma de produção industrial, surgiu no fim da Idade Média com o renascimento comercial e urbano e definia-se pela produção independente; o produtor possuía os meios de produção: instalações, ferramentas e matéria-prima. Em casa, sozinho ou com a família, o artesão realizava todas as etapas da produção.
A manufatura resultou da ampliação do consumo, que levou o artesão a aumentar a produção e o comerciante a dedicar-se à produção industrial. O manufatureiro distribuía a matéria-prima e o artesão trabalhava em casa, recebendo pagamento combinado.
Esse comerciante passou a produzir. Primeiro, contratou artesãos para dar acabamento aos tecidos; depois, tingir; e tecer; e finalmente fiar. Surgiram fábricas, com assalariados, sem controle sobre o produto de seu trabalho. A produtividade aumentou por causa da divisão social, isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da produção.
Na maquinofatura, o trabalhador estava submetido ao regime de funcionamento da máquina e à gerência direta do empresário. Foi nesta etapa que se consolidou a Revolução Industrial.

Revolução Industrial

A Revolução Industrial tem início no século XVIII na Inglaterra com a mecanização dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo muda. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada, buscas alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Também podemos apontar o crescimento populacional, trazendo maior demanda de produtos e mercadorias.

Pioneirismo Inglês

Quatro elementos essenciais concorreram para a industrialização: capital, recursos naturais, mercado, transformação agrária.
Na base do processo, está a Revolução Inglesa do século XVII. Depois de vencer a monarquia, a burguesia conquistou os mercados mundiais e transformou a estrutura agrária. Os ingleses avançaram sobre esses mercados por meios pacíficos ou militares.
A hegemonia naval lhes dava o controle dos mares. Era o mercado que comandava o ritmo da produção, ao contrário do que aconteceria depois, nos países já industrializados, quando a produção criaria seu próprio mercado.
Até a segunda metade do século XVIII, a grande indústria inglesa era a tecelagem de lã.
Mas a primeira a mecanizar-se foi a do algodão, feito com matéria-prima colonial (Estados Unidos, Índia e Brasil). Tecido leve, ajustava-se aos mercados tropicais; 90% da produção ia para o exterior e isto representava metade de toda a exportação inglesa, portanto é possível perceber o papel determinante do mercado externo, principalmente colonial, na arrancada industrial da Inglaterra. As colônias contribuíam com matériaprima, capitais e consumo.
Os capitais também vinham do tráfico de escravos e do comércio com metrópoles colonialistas, como Portugal. Provavelmente, metade do ouro brasileiro acabou no Banco da Inglaterra e financiou estradas, portos, canais. A disponibilidade de capital, associada a um sistema bancário eficiente, com mais de quatrocentos bancos em 1790, explica a baixa taxa de juros; isto é, havia dinheiro barato para os empresários.
Depois de capital, recursos naturais e mercado, vamos ao quarto elemento essencial à industrialização, a transformação na estrutura agrária após a Revolução Inglesa. Com a gentry no poder, dispararam os cercamentos, autorizados pelo Parlamento. A divisão das terras coletivas beneficiou os grandes proprietários.
As terras dos camponeses, os yeomen, foram reunidas num só lugar e eram tão poucas que não lhes garantiam a sobrevivência: eles se transformaram em proletários rurais; deixaram de ser ao mesmo tempo agricultores e artesãos.
Duas conseqüências se destacam:
1) diminuiu a oferta de trabalhadores na indústria doméstica rural, no momento em que ganhava impulso 0 mercado, tornando-se indispensável adotar nova forma de produção capaz de satisfazê-lo
2) a proletarização abriu espaço para o investimento de capital na agricultura, do que resultaram a especialização da produção, o avanço técnico e o crescimento da produtividade.
A população cresceu, o mercado consumidor também; e sobrou mão-de-obra para os centros industriais.

Mecanização da Produção

As invenções não resultam de atos individuais ou do acaso, mas de problemas concretos colocados para homens práticos. O invento atende à necessidade social de um momento; do contrário, nasce morto. Da Vinci imaginou a máquina a vapor no século XVI, mas ela só teve aplicação no ,século XVIII.
Para alguns historiadores, a Revolução Industrial começa em 1733 com a invenção da lançadeira volante, por John Kay. O instrumento, adaptado aos teares manuais, aumentou a capacidade de tecer; até ali, o tecelão só podia fazer um tecido da largura de seus braços. A invenção provocou desequilíbrio, pois começaram a faltar fios, produzidos na roca. Em 1767, James Hargreaves inventou a spinning jenny, que permitia ao artesão fiar de uma só vez até oitenta fios, mas eram finos e quebradiços. A water frame de Richard Arkwright, movida a água, era econômica mas produzia fios grossos. Em 1779, S Samuel Crompton combinou as duas máquinas numa só, a mule, conseguindo fios finos e resistentes. Mas agora sobravam fios, desequilíbrio corrigido em 1785, quando Edmond Cartwright inventou o tear mecânico.
Cada problema surgido exigia nova invenção. Para mover o tear mecânico, era necessária uma energia motriz mais constante que a hidráulica, à base de rodas d’água.
James Watt, aperfeiçoando a máquina a vapor, chegou à máquina de movi mento duplo, com biela e manivela, que transformava o movimento linear do pistão em movimento circular, adaptando-se ao tear.
Para aumentar a resistência das máquinas, a madeira das peças foi substituída por metal, o que estimulou o avanço da siderurgia. Nos Estados Unidos, Eli Whitney inventou o descaroçador de algodão.

Revolução Social

A Revolução Industrial concentrou os trabalhadores em fábricas.
O aspecto mais importante, que trouxe radical transformação no caráter do trabalho, foi esta separação: de um lado, capital e meios de produção (instalações, máquinas, matéria-prima); de outro, o trabalho. Os operários passaram a assalariados dos capitalistas (donos do capital).
Uma das primeiras manifestações da Revolução foi o desenvolvimento urbano. Londres chegou ao milhão de habitantes em 1800. O progresso deslocou-se para o norte; centros como Manchester abrigavam massas de trabalhadores, em condições miseráveis. Os artesãos, acostumados a controlar o ritmo de seu trabalho, agora tinham de submeter-se à disciplina da fábrica. Passaram a sofrer a concorrência de mulheres e crianças. Na indústria têxtil do algodão, as mulheres formavam mais de metade da massa trabalhadora. Crianças começavam a trabalhar aos 6 anos de idade. Não havia garantia contra acidente nem indenização ou pagamento de dias parados neste caso.
A mecanização desqualificava o trabalho, o que tendia a reduzir o salário. Havia freqüentes paradas da produção, provocando desemprego. Nas novas condições, caíam os rendimentos, contribuindo para reduzir a média de vida. Uns se entregavam ao alcoolismo. Outros se rebelavam contra as máquinas e as fábricas, destruídas em Lancaster (1769) e em Lancashire (1779). Proprietários e governo organizaram uma defesa militar para proteger as empresas.
A situação difícil dos camponeses e artesãos, ainda por cima estimulados por idéias vindas da Revolução Francesa, levou as classes dominantes a criar a Lei Speenhamland, que garantia subsistência mínima ao homem incapaz de se sustentar por não ter trabalho. Um imposto pago por toda a comunidade custeava tais despesas.
Havia mais organização entre os trabalhadores especializados, como os penteadores de lã. Inicialmente, eles se cotizavam para pagar o enterro de associados; a associação passou a ter caráter reivindicatório. Assim surgiram as tradeunions, os sindicatos.
Gradativamente, conquistaram a proibição do trabalho infantil, a limitação do trabalho feminino, o direito de greve.

A Segunda Revolução Industrial

A energia elétrica está para a segunda revolução industrial assim como a máquina a vapor esteve para a primeira e com a luz elétrica as taxas de lucratividade foram elevadas, permitindo o acelerado crescimento industrial. Motores e máquinas menores e toda a parafernália eletrônica subsequente permitiram o desenvolvimento de um grande número de utilidades domésticas, que seriam os bens de consumo duráveis que, juntamente com o automóvel, constituem os maiores símbolos da sociedade moderna.
O desenvolvimento da indústria de utilidades domésticas ocorre como resposta natural à escassez e ao encarecimento da mão-de-obra de serviços domésticos.
Ou seja, a mãode-obra de baixa qualificação migra para a indústria e os salários dos serventes tendem a acompanhar os salários industriais. Com o crescimento do movimento feminista, vincula-se a ideia que as "donas de casa devem se libertar da escravidão do trabalho doméstico", o que intensifica a demanda por utilidades domésticas devido ao aumento da renda familiar.
No contexto de se aumentar a produtividade do trabalho, surge o método de administração científica de Frederick W. Taylor, que se tornaria mundialmente conhecido como taylorismo: para ele o grande problema das técnicas administrativas existentes consistia no desconhecimento, pela gerência, bem como pelos trabalhadores, dos métodos ótimos de trabalho. A busca dos métodos ótimos, seria efetivada pela gerência, através de experimentações sistemáticas de tempos e movimentos. Uma vez descobertos, os métodos seriam repassados aos trabalhadores que transformavam-se em executores de tarefas pré-definidas.
Uma segunda concepção teórica, conhecida como fordismo, acelera o conceito de produto único de forma a intensificar as possibilidades de economia de escala no processo de montagem e se obter preços mais baixos. Com seu tradicional exemplo do Ford T, ao se valer da moderna tecnologia eletromecânica, ele desenvolve peças intercambiáveis de alta precisão que elimina a necessidade de ajustamento e, consequentemente do próprio mecânico ajustador. Sem a necessidade de ajuste, a montagem pode ser taylorizada, levando a que mecânicos semi-qualificados se especializassem na montagem de pequenas partes.
Com a introdução de linhas de montagem, eleva-se a produtividade ao minimizar o tempo de deslocamento e redução nos estoques. Muito mais importante ainda, são os ganhos dinâmicos de longo prazo, uma vez que se pode avançar com a taylorização, onde a própria linha de montagem se transforma no controlador do ritmo de trabalho.
Esse cenário leva à substituição de empregados por máquinas de forma a maximizar a produtividade.
Por fim, com a expansão das escalas e dos ritmos de produção, o avanço da mecanização em sistemas dedicados se intensificará também nas unidades fornecedoras de peças, assim como nos fabricantes de matérias-primas e insumos.

A Guerra Fria


 

A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial, pois os Estados Unidos e a União Soviética vão disputar a hegemonia política, econômica e militar no mundo.

A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Já os Estados unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Na segunda metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências tentaram implantar em outros países os seus sistemas políticos e econômicos.

A definição para a expressão guerra fria é de um conflito que aconteceu apenas no campo ideológico, não ocorrendo um embate militar declarado e direto entre Estados Unidos e URSS. Até mesmo porque, estes dois países estavam armados com centenas de mísseis nucleares. Um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã.







Paz Armada

Na verdade, uma expressão explica muito bem este período: a existência da Paz Armada. As duas potências envolveram-se numa corrida armamentista, espalhando exércitos e armamentos em seus territórios e nos países aliados. Enquanto houvesse um equilíbrio bélico entre as duas potências, a paz estaria garantida, pois haveria o medo do ataque inimigo.

Nesta época, formaram-se dois blocos militares, cujo objetivo era defender os interesses militares dos países membros. A OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada pelos Estados Unidos e tinha suas bases nos países membros, principalmente na Europa Ocidental. O Pacto de Varsóvia era comandado pela União Soviética e defendia militarmente os países socialistas.
Alguns países membros da OTAN : Estados Unidos, Canadá, Itália, Inglaterra, Alemanha Ocidental, França, Suécia, Espanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Áustria e Grécia.

Alguns países membros do Pacto de Varsóvia : URSS, Cuba, China, Coréia do Norte, Romênia, Alemanha Oriental, Albânia, Tchecoslováquia e Polônia.

Corrida Espacial

EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no que se refere aos avanços espaciais. Ambos corriam para tentar atingir objetivos significativos nesta área. Isso ocorria, pois havia uma certa disputa entre as potências, com o objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pôde acompanhar pela televisão a chegada do homem a lua, com a missão espacial norte-americana.

Caça às Bruxas

Os EUA liderou uma forte política de combate ao comunismo em seu território e no mundo. Usando o cinema, a televisão, os jornais, as propagandas e até mesmo as histórias em quadrinhos, divulgou uma campanha valorizando o "american way of life". Vários cidadãos americanos foram presos ou marginalizados por defenderem idéias próximas ao socialismo. O Macartismo, comandado pelo senador republicano Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas nos EUA. Essa ideologia também chegava aos países aliados dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo com tudo que havia de ruim no planeta.

Na URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e seus integrantes perseguiam, prendiam e até matavam todos aqueles que não seguiam as regras estabelecidas pelo governo. Sair destes países, por exemplo, era praticamente impossível. Um sistema de investigação e espionagem foi muito usado de ambos os lados. Enquanto a espionagem norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionários da KGB faziam os serviços secretos soviéticos.

"Cortina de Ferro"

Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em duas áreas de ocupação entre os países vencedores. A República Democrática da Alemanha, com capital em Berlim, ficou sendo zona de influência soviética e, portanto, socialista. A República Federal da Alemanha, com capital em Bonn (parte capitalista), ficou sob a influência dos países capitalistas. A cidade de Berlim foi dividida entre as quatro forças que venceram a guerra : URSS, EUA, França e Inglaterra. No final da década de 1940 é levantado Muro de Berlim, para dividir a cidade em duas partes : uma capitalista e outra socialista. É a vergonhosa "cortina de ferro".

Plano Marshall e COMECON

As duas potências desenvolveram planos para desenvolver economicamente os países membros. No final da década de 1940, os EUA colocaram em prática o Plano Marshall, oferecendo ajuda econômica, principalmente através de empréstimos, para reconstruir os países capitalistas afetados pela Segunda Guerra Mundial. Já o COMECON foi criado pela URSS em 1949 com o objetivo de garantir auxílio mútuo entre os países socialistas.

Envolvimentos Indiretos

Guerra da Coréia : Entre os anos de 1951 e 1953 a Coréia foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coréia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da Coréia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coréia no paralelo 38. A Coréia do Norte ficou sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coréia do Sul manteve o sistema capitalista.

Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista.

Fim da Guerra Fria

A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.